Deus colocou o pâncreas na parte de trás do corpo, porque ele não queria que os cirurgiões mexessem nele.
Theodor Billroth (1829–1894)
Um grande desafio
Num dia em 1935, o cirurgião chefe do Hospital Presbiteriano de Columbia, Dr. Allen Oldfather Whipple, preparou-se para uma cirurgia na qual removeria parte de estômago de um paciente portador de câncer do estômago. Tratava-se de uma operação que o cirurgião tinha uma grande experiência.
Entretanto, durante a cirurgia, logo depois de separar parte do estômago, ele percebeu que o paciente na verdade tinha um câncer na cabeça do pâncreas. O Dr. Whipple já tinha experiência na ressecção do pâncreas em 2 tempos cirúrgicos, mas essa era uma situação diferente. Para complicar mais o caso estava sendo assistido por outros cirurgiões experientes. Então ele improvisou! Continuou a operação removendo além de parte do estômago, a cabeça do pâncreas, o duodeno e o ducto biliar. Em seguida restabeleceu o trânsito digestivo com uma alça de intestino delgado (jejuno).
Com essa solução, o Dr. Whipple permitiu a realização da pancreatectomia num único tempo cirúrgico. Graças a ele o tratamento cirúrgico do câncer de pâncreas passou a ser possível com um menor ocorrência de complicações e de mortalidade. Merecidamente, a comunidade médica passou a denominar a duodenopancreatectomia (remoção cirúrgica da cabeça do pâncreas) como operação de Whipple.
A cirurgia de Whipple é uma das mais operações mais desafiadoras para o cirurgião e uma das minhas preferidas.
Apesar de ter evoluído bastante em termos de recursos adjuvantes como grampeadores, drenos, próteses e cuidados anestésicos, a técnica em si não mudou muito desde 1940.
Atualmente foram adicionadas a preservação do piloro (parte final do estômago) e a anastomose em ômega descrita por H. Braun. Essas complementações foram introduzidas para reduzir o tempo de readaptação do transito digestivo e diminuir a incidência de vômitos e gastrite pós-operatória.1
Olá, tudo bem, gostei do assunto, minha irmã tem 50 anos e foi submetida a essa cirurgia onde durou 12 horas, pesava 130 kg, e hoje depois de 6 meses de cirurgia pesa 65kg, o resultado da biópsia deu benigno.
Bom dia. Tenho 32 anos. Fiz bariátrica há 7anos atrás. Março de 2015 fui diagnosticada com pedra na vesícula e pancreatite aguda. Retirei a vesícula em março de 2015. Junho de 2016 depois de muitas dores fui diagnosticada com um tumor na cabeça de pâncreas… fui submetida uma cirurgia pra retirada do nódulo mais infelizmente não pode ser retirado pois o pâncreas estava fibroso. Fizeram só uma biópsia de um linfonodo mais próximo do pâncreas e a biópsia n deu câncer.
Boa noite Dr.
É comum o paciente que realizou uma cirurgia dessas, duodenopancreatectomia, há dois anos começar a ter diarréias recorrentes, às vezes até mais de duas vezes por dia??
Obrigada pela atenção!
Olá Julia,
Eventualmente isso pode acontecer, principalmente se for afetada a quantidade de enzimas (proteases e lipase) produzidas pelo pâncreas remanescente. Converse com seu médico assistente pois existe medicação para controlar ou amenizar esta queixa.
Olá Dr. Gustavo,
A minha mãe fez a cirurgia de wiple há 4 anos.Ela tinha um tumor benigno na cabeça do pâncreas. Desde então ela come muito pouco e quando come alguma coisa diferente passa mal, sente fraqueza, boca amarga e a sensação que ela tem é que está passando mal do fígado. Ja levei em dois nutricionistas e não tivemos sucesso, até os suplementos de vitaminas faziam ela se sentir mal. A alimentação dela é super restrita. Ela tem acompanhamento psiquiátrico e clínico geral.
Boa noite doutor.Em um exame de rotina a médica encontrou o custo no RX de abdômen.Fui encaminhada para o diretor oncológico do Hospital Mater Dei que indicou estadiamento. Não havia nenhuma alteração nos exames mas , foi indicada a cirurgia de Wipller.Farei na próxima semana.Conto com Deus e os médicos , já que a indicação foi cirurgia curativa.Obrigada pelas informações.Luciene.